Qual a Melhor IA para o Mundo Jurídico em 2025?

Introdução

Em 2025, a adoção de Inteligência Artificial (IA) no Direito deixou de ser ficção ou novidade para se tornar parte integrante das operações de escritórios, departamentos jurídicos, tribunais e startups jurídicas. Mas nem todas as IA são iguais — há diferenças significativas em precisão, confiabilidade, segurança, especialização, custos, regulação e outros fatores cruciais.

Neste artigo, vamos comparar as principais soluções de IA para o setor jurídico, discutir seus pontos fortes e fracos, e dar algumas recomendações para quem está avaliado qual usar.

Critérios de Avaliação Relevantes para IA Jurídica

Antes de comparar modelos específicos, é bom definir os critérios que realmente importam no contexto jurídico:

Critério

Por que é importante

Precisão legal / ausência de “alucinações”

Erros em citações, jurisprudência ou na interpretação da lei podem ter consequências graves.

Atualização / cobertura normativa e jurisprudencial

Leis mudam, tribunais decidem e entendimentos evoluem — IA precisa acompanhar.

Capacidade de lidar com documentos longos

Petições, contratos, pareceres etc. costumam ser volumosos. Se a IA “esquece” o contexto ou não aguenta o documento integral, perde utilidade.

Privacidade, segurança & regulação

Sigilo profissional, proteção de dados (ex: GDPR, LGPD), responsabilidades legais.

Especialização vs generalidade

Ferramentas especializadas em direito tendem a dar resultados melhores em tarefas jurídicas; modelos genéricos têm vantagem de versatilidade.

Custo, usabilidade e integração

Preço, planos, APIs, integração com sistemas existentes, interface, suporte etc.

Usando esses critérios, vamos comparar os mais importantes.

Principais IA de 2025 para o Direito: Comparativo

Aqui vai uma análise das mais citadas ou promissoras no contexto jurídico até 2025:

IA

Pontos Fortes

Pontos Fracos / Riscos

ChatGPT (OpenAI)

• Excelente para geração de texto claro, redação de documentos, petições, revisões iniciais.
Integrações amplas, API madura, comunidade grande.
• Capacidade de usar instruções precisas (prompts) para orientar bem o resultado.
• Versões mais recentes têm janelas de contexto maiores, melhor alinhamento com segurança.

• Pode alucinar citações, jurisprudência ou leis — gerar algo que “parece” legal, mas está errado.
• Nem sempre está atualizado com a legislação mais recente ou decisões judiciais recentes.
• Questões de privacidade / confidencialidade: inserir dados sensíveis requer cuidado, especialmente se usar versões em nuvem.
• Em alguns casos, custo elevado para versões empresariais ou com muitos recursos.

Claude (Anthropic)

• Forte em raciocínio, clareza, aproximação ética e segurança dos dados. É conhecida por respostas mais conservadoras, o que reduz em parte os riscos de gerar conteúdo problemático.
• Janelas de contexto grandes em modelos como Claude 3 / Opus, permitindo análise de documentos longos ou múltiplos documentos.

• Mecanismos de controle e segurança relativamente avançados.

• Bons resultados em benchmarks jurídicos recentes, extração de cláusulas, etc.

• A abordagem conservadora pode limitar profundidade ou agressividade em análise jurídica quando o caso exige exploração de hipóteses arriscadas.
• “Hallucinações” ainda ocorrem, inclusive na geração de citações falsas ou autores/incorporação de metadados incorretos. Há casos documentados.

• Integrações + customizações ainda menos numerosas que alguns concorrentes.
• Dependência de bom prompt, contexto bem definido; se o input for “raso”, resultados podem ser genéricos.

Gemini (Google)

• Muito interessante para documentos longos, integração com o ecossistema Google (Workspace, busca, Docs etc.), o que facilita uso no dia a dia.
• Boas capacidades de raciocínio jurídico nos modelos mais recentes (ex: Gemini 2.5 Pro) em benchmarks como BigLaw Bench.
• Potencial multimodal (textos, imagens, PDFs) em alguns casos; bom suporte para extração de informações de documentos.

• Pode alucinar também, especialmente em documentos muito complexos ou onde a informação não esteja clara.
• Dependência de que a legislação, doutrina e jurisprudência relevante estejam no material de treinamento ou instaladas como contexto — se faltar, risco de erro.
• Questões de privacidade / controle de dados, especialmente se usar versões em nuvem ou integração que leve a compartilhamento de conteúdo sensível.
• Custo-benefício pode variar bastante dependendo do plano, volume de uso.

DeepSeek

• É promissora para uso de baixo custo, eficiência, prototipagem rápida, e para tarefas gerais e de lógica. Alguns benchmarks apontam para desempenho competitivo em tarefas gerais de linguagem.
• Em casos de uso menos regulados ou experimentais, pode oferecer valor alto se o risco puder ser controlado.

• Grandes preocupações quanto à privacidade, segurança de dados e regulação: vários países bateram o pé por medo de transferência de dados para servidores fora, ou falta de transparência.

• Históricos de inconsistência: performance pode variar, alucinações, conteúdo suprimido ou alterado por censura ou filtros internos de segurança.
• Responsabilidade legal difícil de garantir, termos de uso muitas vezes menos robustos.

Perplexity

• Boa para pesquisas rápidas, sumarização, encontrar referências e literatura, pode ser útil em fases iniciais de investigação jurídica.
• Interface geralmente amigável para exploração, uso via browser, boas funcionalidades de busca de contexto / fontes.

• Falta especialização jurídica profunda; muitos casos de limitação na precisão ou atualização.
• Menos controle sobre customização ou ajustes finos para o juridiquês, doutrina ou jurisprudência específica do Brasil ou de determinados países.
• Dependência de que o usuário valide as fontes e cross-check; não ideal para documentos finais sem revisão humana.

JusIA (Jusbrasil)

• Especialização para o direito brasileiro, abrangendo leis, acórdãos, decisões do Brasil. Isso é enorme: já parte do material jurídico relevante está na base de dados.

• Supervisão humana para revisar amostras de interações, o que ajuda a reduzir erros ou desvios.
• Criação de documentos jurídicos, análise de referências, pesquisa normativa/jurisprudencial local: tudo isso adaptado ao contexto brasileiro. Pode poupar bastante tempo em tarefas de rotina.

• Pode não ser tão forte ou versátil em tarefas muito internacionais: leis de outros países, doutrina estrangeira, outras línguas etc.
• Dependência de quão atualizada está a base de dados local e a revisão humana / supervisão.
• Em casos que demandam teoria jurídica avançada, argumentação internacional ou comparativa, pode faltar profundidade ou cobertura.

Pontos Específicos que Merecem Atenção

Além dos prós e contras gerais, alguns aspectos específicos devem ser considerados por advogados ou firmas:

  • Estabilidade das Respostas: estudos recentes observaram que mesmo modelos top, como GPT‑4o, Claude‑3.5, Gemini‑1.5, variam bastante em respostas para as mesmas perguntas jurídicas difíceis, o que prejudica previsibilidade.

  • Regulação e Ética: requisitos de sigilo profissional, dever de diligência, competência, responsabilidade civil. Um uso indevido pode causar sanções ou responsabilidade.

  • Auditoria de Modelos: saber como foi treinado, quais dados incorpora, se há viés ou censura de informação — como em DeepSeek, onde há evidências de supressão de conteúdos sensíveis.

  • Customização, adaptação ao escritório/tribunal: quanto a IA permite ajustar diretrizes de estilo, preferências de jurisdição, formatação, doutrina etc.

  • Custo de erro vs Custo de uso: usar IA para economizar tempo tem sentido, mas o custo de uma falha pode ser muito maior — seja reputacional, financeiro ou de responsabilidade. Sempre validação humana.

Qual é “a melhor” em 2025 para advocacia? Recomendações

Não existe uma resposta universal, pois depende do contexto (jurisdição, tipo de trabalho, volume, grau de risco, orçamento). Mas com base no que se sabe até agora, eis algumas recomendações:

  1. Para escritórios de advocacia brasileiros que lidam majoritariamente com direito nacional / estadual / municipal: usar uma solução especializada como JusIA + modelos de uso geral como ChatGPT ou Claude para tarefas complementares. A especialização jurídica brasileira ajuda bastante.

  2. Para firmas grandes, com casos complexos ou internacionais: modelos como Claude (versão Sonnet ou Opus) ou Gemini Pro / Gemini 2.5 tendem a oferecer uma combinação melhor de contexto extenso, raciocínio, e integração, desde que se cuide da segurança de dados e compliance.

  3. Quando o custo/risco de erro for muito alto: priorizar segurança, confiabilidade e auditabilidade. Claude parece liderar nesse quesito em muitos rankings, seguido de perto por versões “enterprise” de ChatGPT que garantem confidencialidade e controle de dados.

  4. Para protótipos, pesquisa exploratória, estudo de casos: DeepSeek pode servir, mas com cautela e sempre acompanhado de revisão humana. Seu risco de variabilidade, insegurança dos dados, ou supressão de conteúdos sensíveis ou enviesados exige cuidado.

  5. Complemento com ferramentas de pesquisa e verificação: por mais que uma IA faça sumários ou rascunhos, usar bancos de jurisprudência, verificar citações, cruzar com leis atualizadas, usar supervisão humana especializada é mandatório.

Conclusão

Em 2025, não há uma IA “perfeita” para advocacia, mas há opções muito boas dependendo do uso.

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Se você está buscando soluções personalizadas de IA para seu escritório ou departamento jurídico, não hesite em entrar em contato conosco. Estamos prontos para ajudar você a implementar estratégias inovadoras e eficientes em sua prática jurídica.

Lembre-se, a revolução da IA no mundo jurídico está apenas começando. Fique à frente da curva e aproveite todas as oportunidades que essa tecnologia oferece para impulsionar seu sucesso profissional.

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