O que é Burnout, quais são os sintomas e como tratá-lo?

Homem segura seu rosto em frente ao notebook

Nos últimos anos, principalmente depois do início da pandemia da Covid-19, mais e mais tem-se falado sobre burnout. 

A realidade que enfrentamos agora é um mercado acelerado e ultra competitivo que exige do trabalhador um esforço nunca antes visto no mundo corporativo. 

O confinamento também trouxe novos desafios. Sem a divisão física entre casa e trabalho, muitos funcionários passaram a trabalhar horas extras, perdidos entre o escritório e o lar.

Uma enquete realizada pela Oracle e Workplace Intelligence mostrou que entre os brasileiros, 42% afirmam estar trabalhando 40 horas a mais por mês desde o começo do confinamento.

O trabalho excessivo infelizmente causou um aumento no número de pessoas diagnosticadas com síndrome de burnout. 

Porém, por ser um termo novo, muitos ainda têm dúvidas sobre o que realmente constitui um burnout e principalmente, o que fazer para evitar chegar a esse ponto.

Por isso, trouxemos este artigo para esclarecer essas dúvidas e te explicar tudo sobre a síndrome de burnout. Boa leitura!

Significado de Burnout

O nome burnout é de origem inglesa e significa queimado. É um termo utilizado para descrever algo que parou de funcionar por exaustão da fonte de energia, normalmente usado para lâmpadas ou aparelhos eletrônicos.

A síndrome de burnout recebe esse nome pois descreve pessoas que se levaram a um ponto tão forte de exaustão que “queimaram”, pararam de funcionar. 

Síndrome de Burnout

Devido ao contexto econômico atual e a falta de legislação trabalhista que abranja as novas formas de trabalho como o home-office, muitos trabalhadores têm se levado a esse ponto de exaustão, o que causou a popularização do termo.

Para entender melhor o que é exatamente essa doença e como identificá-la, confira os tópicos que preparamos abaixo.

O que é?

Síndrome de Burnout, ou Síndrome de Esgotamento Profissional, é uma doença mental provinda de situações desgastantes no trabalho. Situações de trabalho desgastantes vão desde excesso de responsabilidade quanto a altos níveis de competitividade.

Causas

A síndrome de burnout é uma doença resultante do acúmulo de trabalho e pressão, logo, diversos fatores podem causá-la.

Dentre as causas mais frequentes para o burnout estão o estresse crônico, resultante da exposição constante a situações estressantes, a tensão emocional e o excesso de obrigações.

Além da carga de trabalho, fatores externos também podem contribuir para que você desenvolva um quadro de burnout. Conflitos dentro do ambiente de trabalho, escolar ou no meio familiar aumentam a pressão e podem levar ao esgotamento.  

Sintomas

Os sintomas da síndrome de esgotamento profissional são diversos e podem facilmente ser confundidos com sintomas de outras doenças, por isso é importante estar atento.

Separamos para você aqui alguns dos principais sintomas da doença, se você somar vários dos sintomas listados, talvez seja o momento de procurar atendimento médico. Veja:

Cansaço

Cansaço físico e mental é o sintoma mais expressivo da síndrome de burnout. Mesmo não tendo feito muita coisa, você se sente exausto e sem energia para fazer qualquer tarefa.

Homem sentado na frente do computador, com a cabeça apoiada na mesa aparentemente muito cansado.

Irritabilidade

Pessoas que estão vivenciando o burnout ficam mais sensíveis e propícias a irritações. Normalmente, a irritabilidade transparece na forma de comportamento reativo em qualquer interação, o que pode causar brigas ou desentendimentos. 

Baixa produtividade

O esgotamento também influencia em nossas funções cognitivas e consequentemente, em nossa produtividade. Os atingidos demonstram sinais de perda de memória e dificuldade para aprender, habilidades essenciais para uma entrega de qualidade.

Dificuldade de concentração

A mesma questão do impacto sobre as funções cognitivas cai sobre a concentração, por isso a falta de foco é um sintoma comum em pacientes com burnout. 

Ansiedade

A ansiedade também é um sintoma frequente em pessoas que sofrem com a síndrome. Geralmente ligada a pressão, a ansiedade pode inclusive aumentar a pressão sobre o trabalho produzido e agravar o caso do paciente.

Dores musculares

A pressão e o estresse muitas vezes são transformados em tensão muscular, o que leva a pessoa a sentir fadiga e dores musculares mesmo sem se exercitar.

Pressão alta

O acúmulo de estresse pode levar a um aumento na pressão arterial que geralmente passa despercebido pelos pacientes, que notam apenas a aceleração dos batimentos cardíacos.

Alterações no apetite

Outro sintoma expressivo em pacientes de burnout é a alteração no apetite, seja ela para mais ou para menos. 

Algumas pessoas passam a comer bem menos ou passar várias horas do dia sem se alimentar, enquanto outras passam a comer compulsivamente para compensar o estresse profissional.

Isolamento

Pessoas que estão experienciando a síndrome de esgotamento comumente se isolam, evitam comparecer a eventos sociais e cortam relações com amigos e familiares.

Outros sintomas do burnout são:

  • Dor de cabeça frequente.
  • Insônia.
  • Sentimentos de fracasso e insegurança.
  • Negatividade constante.
  • Sentimentos de derrota e desesperança.
  • Sentimentos de incompetência.
  • Alterações repentinas de humor.
  • Problemas gastrointestinais.

Como é feito o diagnóstico de burnout?

O diagnóstico do burnout é feito em etapas. Em um primeiro momento, é preciso que o paciente, sozinho ou com a ajuda de pessoas próximas, identifique os sintomas e reconheça que precisa de ajuda.

Em um segundo momento, você deve buscar um profissional da saúde para que ele possa fazer o diagnóstico clínico do caso, por meio do levantamento de seu histórico e um questionário.

Psicólogos e psiquiatras também podem fazer o diagnóstico com o auxílio de observações feitas ao longo do tratamento.

Burnout tem cura?

Sim, o burnout tem cura. Com o auxílio médico e força de vontade, o paciente pode superar o quadro, porém não existe um tempo específico para o tratamento, depende da situação de cada paciente.

Saiba como funciona o tratamento

O tratamento para a síndrome é feito com o acompanhamento de um psiquiatra ou psicólogo. O recomendado é ingressar na psicoterapia para que seja possível identificar a fonte originária e, a partir dela, desenvolver mecanismos de contenção.

Em alguns casos, o uso de medicamentos psiquiátricos como antidepressivos pode ser necessário, a depender da situação social e econômica do paciente. Atividades como exercício físico e meditação também podem ajudar no tratamento.

Burnout no Brasil

Infelizmente, o Brasil é um país fortemente atingido pelo Burnout. De acordo com o International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com o maior número de casos de burnout no mundo.

Aqui, o burnout atinge 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores, o que significa que 3 em cada 10 pessoas experienciam a síndrome atualmente, além dos milhares que ainda estão propícios a apresentar o mesmo quadro.

Quais profissões mais sofrem com burnout?

O burnout está fortemente ligado ao trabalho excessivo somado à pressão, por isso profissionais que exercem funções com dupla ou tripla jornada são mais suscetíveis à doença.

Profissionais com funções de grande peso social também têm mais tendência ao burnout, visto à pressão social sobre o exercício da profissão, tais como: médicos, advogados, enfermeiros, professores, policiais e jornalistas.

Prevenir é o melhor remédio

Como em qualquer situação em nossa vida, prevenir é melhor que remediar. O tratamento contra o burnout pode levar meses ou até anos em alguns casos e causar diversos danos físicos e mentais, portanto a melhor estratégia contra ele é não ter.

A melhor forma é pensar estratégias para diminuir o estresse e a pressão no trabalho. Dê um passo para trás e analise os diversos fatores que constroem sua realidade no trabalho.

Sou bem tratado aqui? Tenho abertura para negar demandas? Estou tomando para mim mais responsabilidade do que o necessário? Preciso arcar com essa carga de trabalho para ser bem sucedido? Minha relação com meus colegas de trabalho tem impacto negativo sobre minha produtividade?

Todos estes são fatores que devem ser analisados para evitar casos de burnout. Em alguns casos, o próprio local de trabalho pode ser o causador da síndrome. Caso essa seja sua realidade e você puder mudar de emprego, talvez essa seja a solução.

Para prevenir a doença, existem algumas recomendações como:

  • Faça pausas no dia para descansar ou se dedicar a atividades de lazer;
  • Tente ao máximo incluir atividades físicas na sua rotina;
  • Evite o consumo excessivo de drogas, álcool e cafeína;
  • Busque atendimento psicológico;
  • Mantenha uma rede de apoio com familiares e amigos.

4 perguntas frequentes

Para garantir que todas as dúvidas estão sanadas, respondemos mais quatro perguntas frequentes quando o assunto é burnout.

Posso ser demitido por ter tido burnout?

Para que você não possa ser demitido por ter tido burnout, é preciso que o seu diagnóstico seja reconhecido como burnout ocupacional. O burnout ocupacional é aquele no qual a causa geradora é o trabalho.

Para entender melhor a diferenciação, veja o exemplo:

Lucas se formou recentemente e foi efetivado como advogado na firma que trabalha há 3 anos. No último ano, Lucas teve um desentendimento com seu gerente que a partir de então parou de ajudar Lucas com problemas em seus casos.

Sem a ajuda do gerente, Lucas teve de aumentar o tempo gasto com pesquisa e correções de erros, resultando em um quadro de burnout.

Neste caso, Lucas não poderia ser demitido, visto que a causa geradora da síndrome foi um desentendimento no ambiente de trabalho.

Agora, vejamos o caso de Maria. Maria é formada em administração e trabalha em um escritório de advocacia na área de gestão. 

Com o passar dos anos, Maria sentiu a necessidade de complementar sua formação e ingressou no curso de direito. A pressão adicional com o balanceamento escola-trabalho acabou levando Maria ao burnout.

Neste caso, o quadro de Maria não poderia ser diagnosticado como burnout ocupacional, visto que a causa geradora da doença foi a escolha dela de adicionar uma carga horária extra a sua rotina. 

Logo, Maria poderia ser demitida caso não estivesse cumprindo com as demandas da empresa.

Qual profissional procurar?

A indicação é que você procure um psicólogo ou um psiquiatra, eles são os profissionais médicos responsáveis pelo tratamento de doenças mentais.

Tenho direito a licença médica?

Sim, pacientes com diagnóstico clínico de burnout têm direito a licença médica por tempo determinado pelo profissional que emitir a licença. 

Caso você precise ficar afastado do trabalho por mais de 15 dias, você também tem direito de solicitar o Auxílio-Doença, sejam eles consecutivos ou dentro de um período de 60 dias.

Quais são os sinais de melhora?

Os sinais de melhora do burnout podem ser percebidos principalmente em quesitos comportamentais. O paciente em recuperação passa a ter mais disposição, melhora no foco e demonstra menos sinais de irritação.

Homem andando sozinho em estrada ao por do sol

Conclusão

A síndrome de burnout é assunto sério e não pode ser deixada de lado pela empresa e seus funcionários. O excesso de trabalho já faz parte da rotina de muitos brasileiros, o que constrói um exército de pessoas propícias a desenvolver a doença.

Estresse, carga de trabalho maior que as delimitadas pela sua função, problemas familiares, brigas de escritório, todos estes são fatores que podem causar um quadro de esgotamento profissional.

Muitos negligenciam os sintomas e não procuram tratamento, o que pode significar o desenvolvimento de um quadro cada vez mais grave e às vezes quase irreversível.

Caso você viva com dores musculares, exaustão, problemas de foco, ansiedade, tenha problemas de apetite ou pressão alta, busque um profissional. Não deixe sua saúde para depois!

Mesmo os casos de esgotamento estarem crescendo a cada dia, com a ajuda certa todos podem enfrentar esse fenômeno com mais facilidade.

Como mostramos com o caso de Lucas, a gestão feita pela empresa também tem um impacto direto sobre a saúde mental dos funcionários. 

Por isso, as empresas também precisam manter um olhar atento às maneiras de evitar casos de burnout entre os membros da equipe.

Implementar metodologias ágeis é uma maneira de garantir um fluxo de trabalho mais flexível e saudável para sua equipe, evitando o acúmulo de trabalho e a sobrecarga de trabalhadores.

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