Síndrome do pânico: O que é, sintomas e tratamento

imagem de mulher ansiosa com mão no rosto

A síndrome do pânico ou transtorno do pânico consiste em um transtorno de ansiedade agudo em que a pessoa experimenta sentimentos associados a picos de ansiedade, como aumento dos batimentos cardíacos, dores no peito e tremores.

Hoje, a síndrome do pânico é um dos principais motivos pelos quais as pessoas procuram ajuda psicológica e psiquiátrica e está frequentemente relacionado a situações de estresse vivenciadas pelo indivíduo.

Com a complexidade da vida moderna, o aumento das responsabilidades, especialmente no trabalho, mais pessoas relatam a ocorrência de ataques de pânico e algumas podem evoluir para o desenvolvimento da síndrome, que requer tratamento médico para controlar a doença.

Por se tratar de uma condição relativamente comum, é fundamental falar sobre o transtorno de pânico, sintomas físicos, emocionais e como é possível adotar estratégias para reduzir o aparecimento dessa doença, especialmente no ambiente de trabalho e em certas profissões, como a jurídica.

Pensando nisso, elaboramos esse artigo com os principais tópicos relacionados à síndrome do pânico. Continue a leitura!

O que é a síndrome do pânico

A síndrome do pânico, também conhecida pelo nome de ansiedade paroxística episódica, é uma doença que tem como principal fator o surgimento repentino e inesperado de crises de ansiedade agudas, com a ocorrência de sintomas como desespero, falta de ar e medo.

A crise de ansiedade aguda, conhecida como ataque de pânico, não tem duração pré-definida, mas pode atingir o seu pico em aproximadamente 10 minutos. Durante o ataque de pânico, é comum o indivíduo sentir que vai morrer, em razão das dores no peito, ou que perderá a razão.

Na síndrome do pânico, o portador do transtorno sente medo de ter ataques de pânico. Por esse motivo, há um aumento no estado de tensão e ansiedade que tornam o ambiente favorável ao aparecimento de outras fobias, como o medo de ir a locais onde as chances do ataque acontecer são maiores.

Hoje, a síndrome do pânico é um dos transtornos de ansiedade mais presentes em toda população mundial e pode atingir até cerca de 2,5%. No entanto, a ocorrência da síndrome do pânico é mais comum em mulheres, em virtude das mudanças hormonais existentes no período fértil da mulher.

Como é o diagnóstico de síndrome do pânico?

Para diagnosticar o transtorno de pânico, o indivíduo deve buscar ajuda profissional adequada, que vai aplicar os critérios estabelecidos na 5ª versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-V.

É importante ressaltar que para uma pessoa ser portadora da síndrome do pânico é preciso acontecer crises de modo frequente, com o poder de provocar mudanças comportamentais negativas, com impacto no estilo de vida e rotina da pessoa.

Assim, crises isoladas não são suficientes para diagnosticar a presença da síndrome do pânico, assim como crises de ansiedade menos intensas do que ataques de pânico, mas que decorram de um medo profundo de uma ameaça real ou imaginária.

Outro ponto importante a ser ressaltado no diagnóstico médico da síndrome do pânico é a eliminação pelo profissional de saúde da ocorrência de outras doenças físicas que apresentam os mesmos sintomas dos transtornos de pânico, como ataques cardíacos e epilepsia.

Quais são as principais causas da síndrome do pânico?

As causas da síndrome do pânico ainda não são completamente conhecidas na literatura científica. Contudo, pesquisadores apontam que o transtorno do pânico pode estar associado a uma combinação de fatores, que são:

  • Experiências traumáticas ou situações limite de estresse, como o luto;
  • Fatores genéticos, como um familiar próximo apresentar a síndrome;
  • Desequilíbrio de neurotransmissores na região cerebral;
  • Uso de substâncias químicas, como medicamentos, drogas e álcool.

Independente da causa, é importante ter em mente que a síndrome do pânico é resultado de um desequilíbrio na produção de neurotransmissores. Dessa forma, o nosso cérebro emite comandos incorretos para o nosso organismo, que o interpreta de forma errada e resulta no ataque de pânico.

Em se tratando do estresse, algumas profissões são mais suscetíveis ao desenvolvimento de síndrome do pânico ou burnout, como é o caso dos advogados. Na profissão, alta carga de trabalho, rotinas pouco organizadas e ágeis e prazos apertados estão relacionados ao desenvolvimento de quadros de estresse e ansiedade.

Principais sintomas da síndrome do pânico

Os ataques de pânico acontecem repentinamente e para pessoas que possuem a síndrome há um aumento no estado de tensão e ansiedade, exatamente em virtude da impossibilidade de saber quando os ataques vão acontecer.

Porém, independente da situação, qualquer pessoa pode sofrer com ataques de pânico. Por isso, reconhecer os sintomas contribui na hora de auxiliar uma pessoa em crise, especialmente no trabalho, ou para você mesmo se gerenciar, se estiver sozinho em casa.

Para ser caracterizado como ataque de pânico é preciso que ao menos quatro sintomas sejam identificados pela pessoa. Eles podem ser apenas físicos, emocionais ou os dois juntos, e é o que normalmente acontece. Confira a seguir.

Sintomas físicos

Cada pessoa pode apresentar sintomas físicos distintos que, em geral, são os seguintes:

  • Taquicardia, palpitações e batimentos cardíacos acelerados;
  • Desconforto torácico ou abdominal;
  • Náuseas;
  • Sudorese;
  • Ondas de calafrios ou de calor;
  • Sufocamento ou sensação de falta de ar;
  • Tremores, abalos ou sensação de estremecimento;
  • Parestesias na forma de formigamentos ou adormecimento de partes do corpo;
  • Dores ou desconforto na região do peito, que são usualmente confundidos com os sintomas físicos de infarto;
  • Sensação de asfixia;
  • Sensações de instabilidade, como tonturas ou vertigens.

Dores na nuca, de cabeça, assim como crises de choro incontrolável ou gritos também podem acontecer, mas não estão entre os sintomas exigidos. Ao identificar os sintomas físicos, em conjunto com os sintomas psicológicos a seguir, a pessoa pode conseguir visualizar a ocorrência de um ataque de pânico.

Sintomas psicológicos

Os sintomas psicológicos costumam ser acompanhados de um ou mais sintomas físicos, são eles:

  • Medo intenso de morrer;
  • Sensação de que pode perder o controle e enlouquecer a qualquer momento;
  • Despersonalização, que consiste na separação da pessoa com o mundo exterior, uma espécie de distanciamento de si mesmo;
  • Desrealização, na qual apresenta-se uma visão de mundo distorcida, com dificuldade para diferenciar fantasia e realidade.

Os sintomas psicológicos dos ataques de pânico podem ser fortes, especialmente para pessoas que ainda não vivenciaram um ataque de pânico. Mas para algumas pessoas com depressão, pode ser comum a ocorrência de ataques de pânico.

Tratamentos para síndrome do pânico

O tratamento para a síndrome do pânico pode ser combinado e depende do quadro que cada pessoa apresenta. Assim como em outras doenças, todo tratamento é individual. Porém, o eixo mais recomendado pelos médicos divide-se em acompanhamento psicológico e o uso de medicamentos.

O tratamento consiste na redução do número de ataques de pânico e no alívio dos sintomas.

Tratamento psicológico

A psicoterapia é um dos tratamentos indicados para quem possui transtorno de pânico. Pode ser indicada uma abordagem cognitivo-comportamental, com o objetivo de identificar as situações de gatilho que culminam com o aparecimento do ataque.

Medicamentos

O uso de medicamentos deve ser feito após a prescrição médica com um psiquiatra. Dois grupos de medicamentos podem ser usados, como os antidepressivos e ansiolíticos. Ambos atuam na prevenção dos ataques de pânico, mas devem ser prescritos com cuidado e atentos a cada caso.

Técnicas de relaxamento

Por fim, os médicos podem indicar a adoção de técnicas de relaxamento para os pacientes. As técnicas consistem no controle da respiração, com o objetivo de trazer a mente para o momento presente. A respiração diafragmática, por exemplo, pode ser indicada para trazer relaxamento e são feitas em qualquer lugar e horário.

Formas de prevenção

A prevenção da síndrome de pânico passa pelo tratamento feito pelo profissional de saúde para o indivíduo. No entanto, há outras estratégias que podem ser adotadas para reduzir a ocorrência dos ataques de pânico. 

Não se automedicar

A mais importante de todas está relacionada à automedicação. Muitas vezes, a pessoa, na ânsia de fazer os sintomas desaparecerem, comete o erro de se automedicar.

Praticar atividades físicas

A prática regular de atividades físicas aumenta a produção de hormônios como serotonina e dopamina, responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Além disso, o suor e o aumento dos batimentos cardíacos na prática de atividades físicas podem dissociar o aparecimento deles apenas aos ataques.

Alimentação saudável e sono regular

A combinação de alimentação saudável e sono regular contribuem para a regulação do estresse no organismo e na construção de uma rotina saudável, com redução progressiva da ansiedade e da eliminação de toxinas.

Procurar ajuda médica 

Caso as crises de pânico estejam recorrentes, buscar ajuda médica é fundamental para iniciar o tratamento quanto antes e reduzir o aparecimento dos sintomas.

Atenção aos sintomas físicos do ataque de pânico

Por fim, estar atento aos sintomas físicos do ataque de pânico e saber diferenciá-los de um infarto, por exemplo, contribuem para descartar problemas cardíacos e chegar mais fácil ao diagnóstico do transtorno.

Agravantes

Alguns fatores podem ser agravantes para o surgimento de ataques de pânico e da síndrome. Conhecê-los pode fazer você adotar estratégias de prevenção para evitar o surgimento do transtorno.

Fatores genéticos ou fisiológicos

Estudos apontam que alguns fatores genéticos representam fatores de risco no aparecimento de ataques de pânico. Por exemplo, filhos de pais com diferentes transtornos, como o de ansiedade, o bipolar ou o depressivo, podem desenvolver a síndrome.

O cérebro também influencia na síndrome de pânico, portanto, pessoas com mais sensibilidade para crises de ansiedade precisam de mais atenção quando se trata de transtorno de pânico.

Fatores do ambiente do indivíduo

O ambiente pode ser um gatilho para o surgimento do transtorno de pânico. Experiências associadas a diferentes abusos, como sexual ou físico, abandonos, transtornos de ansiedade e sentimentos de negligência emocional.

Consumir substâncias químicas, como tabaco, álcool e drogas representam fatores de risco no aparecimento de ataques de pânico. Situações de estresse ligadas ao trabalho ou relações pessoais também desencadeiam ataques de pânico.

Comportamentais

Fatores ligados ao comportamento ou temperamento podem aumentar as chances de ataque de pânico, como indivíduos que experimentam emoções negativas muito intensamente e outras mais sensíveis ao surgimento de crises de ansiedade.

O que fazer caso alguém tenha uma crise de pânico?

Não é preciso entrar em desespero caso você presencie alguém no meio de uma crise de pânico ou até se a crise estiver acontecendo consigo mesmo. A crise de pânico apresenta uma dificuldade no controle de pensamentos e emoções. Tenha isso em mente na hora de ajudar.

Alguns passos podem ser seguidos para ajudar alguém que está no meio de um ataque de pânico. Veja abaixo:

Esteja ao lado da pessoa e procure manter a calma no ambiente;

Converse com a pessoa e veja como você pode ajudá-la;

Caso a pessoa faça tratamento para síndrome do pânico, pergunte se você pode administrar o remédio que ela já faz uso normalmente;

Ajude a pessoa a trazer a mente para o momento presente. Exercícios de respiração consciente ajudam. Experimente contar devagar até 10;

Faça a pessoa dizer em voz alta quais são os objetos que estão à sua volta, com cores, formatos, tons, etc. Essa técnica traz a mente para o momento presente e ajuda a se desligar dos sintomas;

Caso a crise esteja muito forte, você pode pegar uma bolsa de gelo e colocar na testa da pessoa, para ajudar no controle do estresse da situação.

Com esses passos, é possível ajudar uma pessoa no meio de uma crise, especialmente se essa crise acontecer no ambiente do trabalho e a pessoa estiver longe de casa e do que lhe traz conforto.

Conclusão

A síndrome do pânico é uma doença e deve ser tratada com o auxílio médico. Muitas vezes acontece em razão de uma grande carga de trabalho, estresse e uma rotina sobrecarregada.

Dentro do ambiente de trabalho, gestores devem estar atentos para os seus funcionários e promover a conscientização interna para a saúde mental. Aliado a isso, incorporar na rotina de escritório novas formas de trabalho mais ágeis e menos burocráticas ajudam a reduzir a intensa carga de atividades.

Com essas atitudes, é possível a construção de um ambiente mais saudável e com maior atenção para evitar o acúmulo de tarefas e sobrecarga dos funcionários.

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